terça-feira, 6 de abril de 2010

«O que mudava em Lisboa?» no Público

Desde que este blogue entrou na blogosfera, tenho dado a conhecer um pouco do que é a profissão de um motorista (numa primeira fase) e mais recentemente a de Guarda-Freio, numa cidade como Lisboa. Muitas foram também as sugestões culturais e turísticas aqui referidas, não a pedido de ninguém, mas apenas porque gosto de Lisboa e porque quero mostrar que há muito para se ver numa cidade cujos próprios habitantes ainda vão desconhecendo, mesmo sem recebendo nada em troca.

Para quê uma tarde de domingo num centro comercial quando há jardins,
museus e espaços públicos bem mais agradáveis do que estar fechado num edifício? Para quê andar a perder tempo com a procura de um lugar para estacionar quando temos uma vasta rede de transportes públicos? É precisamente para responder a algumas destas questões que aqui têm aparecido algumas sugestões.

Mas na semana passada foi-me lançado um desafio, por parte do jornal Público que através do blogue, reparou que o meu gosto por Lisboa e a função que desempenho nos transportes da cidade, poderia ser o ponto de partida para escrever um texto respondendo a uma simples pergunta... «O que mudava em Lisboa?», inserida no suplemento Cidades, que é publicado aos Domingos no jornal Público.

Longe de querer alguma vez candidatar-me à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, o certo é que lá aceitei o desafio e disse de minha justiça. Disse o que pensei no momento e "mostrei" a Lisboa onde gostaria ainda mais de viver. Mais eléctricos, uma Lisboa mais limpa e reabitada, um trânsito mais ordeiro e o Tejo foram alguns dos pontos que foquei, num texto, onde no fundo digo o que mudava na cidade de Lisboa.

O texto foi publicado no passado Domingo, no jornal Público a quem desde já agradeço uma vez mais pelo convite feito.

"Lisboa tem sofrido muitas alterações nos últimos tempos, mas quem vive nesta cidade, sabe que muito mais há para mudar. Longe vão os tempos em que a capital tinha outro encanto. Recentemente premiada, como sendo «o melhor destino de férias de 2010», Lisboa necessita sobretudo de acompanhar as grandes cidades europeias.
Uma das grandes mudanças na cidade seria a aposta numa recuperação da rede de eléctricos da cidade, que só poderia avançar depois de se criarem condições à circulação daqueles que durante décadas marcaram ritmo na vida dos lisboetas.
Os eléctricos viriam devolver à cidade um encanto de outros tempos, aliado ao turismo da cidade que ficaria também mais rico, com um transporte que além de cómodo, é amigo do ambiente, ajudando assim a tornar Lisboa mais sustentável.
Outra das grandes mudanças seria a limpeza das ruas, edifícios e recuperação de habitações abandonadas e degradadas no centro da cidade, que por vezes até nos faz esquecer a riqueza e monumentos que a cidade ainda preserva, como tenho vindo a mostrar no blogue diariodotripulante.blogspot.com e claro está, com recurso aos transportes públicos, porque de carros está Lisboa saturada.
O trânsito era vedado em algumas zonas e condicionado a moradores noutras. Mas muito mais poderia dizer de uma cidade que até tem um rio que também é esquecido. Porque não a criação de circuitos turísticos no Tejo? A aposta na animação e na cultura seria algo também a apostar numa cidade que ainda não aproveita verdadeiro valor que tem."




6 comentários:

Raquel disse...

Parabéns pelo seu blog, também eu sou amante da cidade onde cresci trabalhei e onde vou sempre que posso, tem de ser pelo menos uma vez por semana.
Já agora gostava de também contribuir com uma ideia que talvez possa parecer absurda mas com tantas ruas que há em Lisboa, não poderiam reservar só para os transportes públicos aquelas onde eles passam? em Veneza também se vive sem carros a atafulhar as ruas.
Cupms

Rodrigo disse...

estava num café a ler o jornal e falei alto, "olha o Rafael!" Como o conhece-se pessoalmente.
Abraço

Natalia disse...

Parabéns Rafael, adorei o texto! Principalmente a ideia de passeios turisticos no Tejo, q embora já existam alguns tb acho que o nosso rio está subaproveitado.
Fica bem!

Rafael Santos disse...

Olá a todos...

Raquel,

É sem dúvida uma boa ideia e de absurda não tem nada, o problema é que como se vê na Rua do Arsenal, nem sempre uma rua só para transportes é a solução, porque se a mesma "desaguar" numa praça como o Cais Sodré onde os semáforos não dão prioridade ao transporte público, então não vale a pena, mas apoio essa sua ideia! :)

Rodrigo,

Obrigado, mas e não é que já conhece? Pelo menos do blog.... :)

Natália,

Obrigado também pelo teu comentário. És sempre bem vinda. Espero que esteja tudo a correr bem contigo lá pela Musgueira. Bjs

André Bravo Ferreira disse...

Excelentes sugestões Rafael. Claro que apoio a 1000% a aposta novamente dos eléctricos na cidade. talvez por já inúmeras fotos antigas dos mesmos, talvez por serem mais limpos em termos ambientais, talvez por ter ouvido tantas histórias dos meus pais? Não sei! Mas sei com toda a certeza que, tal como tu e muita gente que lê o blog, gosto demasiado desta cidade!

Abraço.

Anónimo disse...

Amigo Rafael,

Lamento só hoje o ter conhecido - devia tê-lo feito antes, mas a culpa é minha.

Gosto do que diz e escreve - muitos parabéns.

Concordo consigo em tudo - especialmente no tocante aos carros eléctricos.

Muito obrigado pelo seu espírito e observações. Tem mais um leitor atento.

Saloio

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