Mas cheiros à parte até porque não consigo compreender, como é que nos tempos que correm ainda há quem tenha aversão á água, por muita dificuldade que se tenha em movimentar, o dia de sexta-feira até se passou, sobretudo porque há já algum tempo que não andava pelos Olivais.
Se a simpatia de grande parte dos passageiros desta carreira está bem presente ao longo do dia, também convém dizer que a paciência tem de ser redobrada. Já hoje e por ser sábado, é apenas uma chapa, o mesmo quer dizer que as partidas se fazem a cada 30 minutos, algo que por vezes é esquecido. «Sr.motorista que é feito do outro carro, faltou?», perguntava uma senhora mal tinha eu aberto a porta. "Não faltou nenhum, porque ao fim-de-semana já sabe que só cá anda um autocarro, senhora...", disse eu á passageira que talvez tenha acordado tão mal disposta que nem sequer tenha aceite a minha resposta.
A chuva também apareceu depois de uns dias quentes, mas ainda assim, não "prendeu" ninguém em casa e até o «papa-bolos» (passageiro já com lugar cativo na 79) já lá andava hoje quando rendi a colega, pela hora do almoço. E foi também graças á chuva que apareceu inesperadamente, que a D.Laurinda deu três voltas na 79. Estava para sair quando começou a chover e lá me disse: «Olhe sr.motorista fui eu que toquei desculpe. Mas começou a chover tanto que vou dar mais uma volta até parar de chover...» não foi mais uma, mas sim duas!
E já quando se preparava para sair lá pediu desculpa mais uma vez e disse que ainda ia passar pela festa dos Olivais para comer uma fartura. E eu ali limitado à garrafa de água e ás bolachas de água e sal.
Já perto das 19 horas chegou a altura de levar a população à missa e ao que parece até foi dia de festa na Igreja dos Olivais, já que para a última viagem - a das 20h00 - estava reservada a animação a bordo do 1815, com o regresso da missa, que os fez regressar alegremente com ramos de flores na mão e de barriga cheia, a comprovar pelos comentários de quem já sentado dizia que o lanche estava muito bom.
Mas como ainda faltavam 6 minutos para a partida, ainda houve tempo para conversas cruzadas no interior do autocarro que já parecia uma banca de flores com tanto ramo de cravos amarelos, a condizer com as cores da Carris. O cheiro a flores é melhor que outros cheiros, mas ainda assim era tão intenso que duas jovens acabadas de entrar, chegaram mesmo a perguntar o que ali se passava. Nada de mais! Apenas o regresso a casa de quem havia estado na missa.
E entretanto já algumas passageiras (as mais velhotas) se distraiam cantando "Sr. chauffeur ande lá p'ra frente, mais uma volta, p'ra animar a gente..." ao ritmo daquelas músicas que costumam cantar nas excursões... e isto enquanto a D.Irene teimava em não se sentar, contrariando assim as suas amigas que insistentemente diziam que poderia vir a cair.
Em suma, foram dois dias de trabalho nos Olivais e confesso que é uma carreira simpática sem dúvida, mas que certamente não escolheria para ser efectivo, porque se as voltas pareceram muitas em dois dias, nem quero imaginar numa semana!
Boas Viagens!
1 comentário:
A mal-cheirosa da Pontinha é a 729. Odeio essa carreira. Na 79 nunca andei. Nunca precisei e em passeio não ando nas carreiras de bairro.
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