E de repente, quando os ânimos pareciam acalmar pelas "casinhas amarelas" da carreira 28E, eis que uma - diria eu- invasão espanhola, aparece de rompante em todas as paragens ao longo do seu trajecto, provocando filas enormes, e todos eles com algo em comum, ou seja, a pergunta: «Vás al Castillo San Jorge?». Mas se uns nos entendem facilmente outros há que não dizem outra coisa se não... «No lo entiendo!»
Espanholada à parte, até porque nuestros hermanos causam-nos também situações muito divertidas durante as viagens de eléctrico, a confusão acaba por ser normal se aos feriados se juntar o facto de Dezembro ser por norma um mês caótico, sobretudo na zona da Baixa, devido às compras de Natal, que muitos dizem ser de crise, mas a constatar pelo volume de sacos que entram já pelo eléctrico dentro, deixa-me algumas dúvidas.
Mas se muitos andam ás compras, outros há que preferem delegar essa tarefa a terceiros, e os hipermercados até facilitam a vida com recurso às novas tecnologias. Os serviços de compras on-line, vieram assim facilitar a vida de uns... mas também complicar a de outros. E para que as compras cheguem comodamente a casa de quem as encomenda, há todo um processo de entrega, que passa claro está pelas cargas e descargas por parte de quem faz chegar todos os sacos, nem que para isso tenha de esquecer que há mais utentes na via.
E quando assim é, poder-se-á dizer que se trata de uma interrupção à distância de um click. O destino da minha viagem era Martim Moniz, mas o senhor do Continente On-line, decidiu deixar a carrinha, não só em cima do passeio, como também a impedir a passagem do 28E, no Largo de Santa Luzia. Um estacionamento que teria dado pano para mangas, até porque dificilmente o reboque da PSP iria solucionar o problema. Valeu portanto a linha de apoio do Continente, por irónico que possa parecer.
Foi através desta linha que a Carris conseguiu desbloquear a interrupção passados 25 minutos, porque o motorista da carrinha em questão estava com um colega a fazer uma entrega no Campo de Santa Clara, onde às Terças e Sábados se realiza a Feira da Ladra. Mas enquanto o senhor do Continente não chegou, lá teria de haver - como sempre há - alguém a tirar medidas, para se certificar se de facto o eléctrico passava ou se seria má vontade do guarda-freio, porque na verdade para o povo... «o eléctrico até passa!»
E embora a foto prove que de facto o eléctrico não passava, ainda antes da paragem, não poderia deixar de aparecer, uma jovem, que ao jeito do anuncio da verdadeira popota, me pede insistentemente para entrar, mesmo vendo que o eléctrico não ia prosseguir viagem tão de pressa. Foi necessário fazer quase um desenho, porque para aquela jovem, o eléctrico estava ali de propósito à sua espera, e como tal fez mesmo questão de entrar.
Mas se hoje andou a Carris à procura do senhor do Continente, já ontem, alguém andava à procura de uma senhora e pediu ajuda à Carris. O dia estava confuso e não admira que no meio de tanta gente, alguém se perca, com a euforia de andar no eléctrico amarelo. Pior mesmo é quando, quem se perde, é uma pessoa idosa com doença de Alzheimer. O resultado é uma preocupação generalizada da família, que acaba por solicitar ajuda à Carris, que através da consola tentou localizar a senhora idosa. Resta saber se com ou sem êxito, porque no meu eléctrico não se encontrava.
Seguem-se agora as merecidas folgas, porque quarta-feira há mais! Boas viagens a bordo dos veículos da CCFL!
1 comentário:
boas histórias, belas fotos e também uma escrita agradável ;_)))
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