Ao longo dos anos que levo de Carris, tive a oportunidade de poder concorrer a outros cargos que não o de tripulante, como por exemplo o de controlador de tráfego, contudo o gosto pela condução levou-me sempre a deixar essas oportunidade de lado porque sempre achei que poderia dar mais de mim fazendo aquilo que realmente gosto e quando me perguntavam o que gostaria de fazer alem da condução sempre disse que tinha um gosto pela área da formação e pela área museológica da empresa, ainda que nunca tenha tido o devido retorno.
Assim, esta quarta-feira tive a oportunidade, de em conjunto com a equipa fixa e administrativa do museu, fazer parte de... "um dia no museu" e não posso deixar de partilhar aqui convosco esta experiência.
Pelas 10h00 recebemos os primeiros visitantes, alunos do colégio moderno que vieram conhecer a história da Carris e como eram os transportes nos tempos em que os pais tinham as suas idades. À entrada para o eléctrico que os levaria ao núcleo 2, muitos já sabiam que quem os iria conduzir era o guarda-freio, fruto da atenção que tiveram à visita guiada pelo núcleo 1. Chegados ao espaço onde estão expostos os veículos, já estava mais um grupo a dar entrada no núcleo 1, e desta feita eram colaboradores e futuros colaboradores da Carris.
Num instante já estava a trocar novas impressões com um casal da Estónia que estava impressionado por visitar um museu e poderem viajar num eléctrico do século passado. Foram os visitantes que provavelmente demoraram mais tempo a visita onde contemplaram um por um cada um dos veículos expostos, talvez imaginando como seriam as viagens à época.
De Inglaterra chegavam minutos depois, dois entusiastas interessados por autocarros de dois pisos e entre conversas de autocarros e eléctricos chegaria a pausa para almoço.
Ao longo do dia, as visitas foram aparecendo umas atrás das outras o que acabou por me surpreender e ainda bem, pois é sinal que ainda há muita gente interessada pelo mundo dos transportes e prova disso foi também a visita de dois colegas dos STCP que também desfrutaram de uma visita que acredito, tenha sido uma verdadeira viagem no tempo.
Percebi que o senhor era mais que entusiasta pelo que me ia falando, sobretudo sobre autocarros e suas marcas, até que me diz que era responsável pelo parque de exposição do museu dos autocarros de Madrid, da EMT. Escusado será dizer que tivemos conversa até ao fim da visita cujo a temática foi claro está, autocarros. No fim agradeceram imenso e disseram que o museu estava muito bom.
Chegava então ao fim um dia de trabalho diferente e naquele que considero ser o meu mundo. Não sei se lá voltarei ou quando voltarei, mas acho que cumpri e bem a minha missão, porque quando se faz o que se gosta tudo é mais fácil, mas não quero deixar de agradecer ao João Alberto, meu colega de formação que já por diversas vezes realizou lá serviço e me deu dicas importantes, assim como agradecer a toda a equipa administrativa do Museu, por tão bem me receber e deixar à vontade, no desempenho das minhas funções enquanto guarda-freio do Museu, pelo menos por um dia.
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