sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dia de Feira da Ladra onde nem a Gaita faltou...

Como nem tudo é mau, hoje «joguei» em casa! Ou seja passei a manhã na carreira 35 o que me agrada sempre... Ás 10h30 rendi o colega no Areeiro e fui até ao Hospital de Santa Maria onde apanhei os primeiros pingos de chuva do dia, estava cinzenta a manhã para aqueles lados. Poucos passageiros pelas paragens, mas na viagem para o Cais do Sodré já apanhei mais gente, ou não estivesse eu numa manhã de sábado e a caminho da Feira da Ladra, rumo ao Cais do Sodré...

Na Praça do Chile, junto ao mercado avisto um molho - não de brócolos, mas - de carros em que, se dois estavam bem estacionados era muito... Chego à Morais Soares e a confusão habitual de um sábado de manhã, que para mim já começa a ser habitual todos os dias porque se há rua em que se perde tempo é nesta com os carros em segunda fila. Foram 11 minutos para fazer o troço P.Chile - P.P.Couçeiro!

Passado este bocado eis que chega a parte do percurso mais interessante onde cada viagem traz uma surpresa, a Rua Washington. No topo tudo bem mas em baixo qualquer distraído ficaria a saber que era dia de feira. Ainda assim passava-se mais ou menos bem.

Nas obras da P.Comércio até se circulava bem, mas a falta do carro da chapa da minha frente fez com que o meu autocarro enchesse já na vinda para cima... Em Santa Apolónia já iam passageiros de pé, em Sapadores já se pedia para chegar á retaguarda e na paragem da Escola Nuno Gonçalves a porta da frente já não fechava.

Aperto aqui, encosto ali e a porta lá fechou. Com receio de se desequilibrar, uma senhora apoia-se junto á maquina da bilhética e coloca a mão sobre a consola de dados que serve para comunicar com a Central. Apercebendo-me da situação, pedi à passageira que se segurasse antes no validador, para que não carregasse sem querer em nenhuma tecla. De imediato uma outra senhora que estava atrás dela e ao meu lado diz sorrindo: «Veja lá... não toque na gaita do motorista se não ele fica já todo desorientado...»

Confesso que não estava á espera de tal afirmação. E música parece que era esta senhora que me queria dar. Já sobre a gaita, diz o dicionário da língua portuguesa que se trata de uma palavra singular feminina que significa "instrumento de sopro que é, na sua forma mais simples um canudo com buracos; instrumento para crianças tocarem; pífaro", mas que na gíria significará "pénis, se for no singular" e "orifícios por onde a lampreia respira, se for no plural".

Ora como lampreia, só se alguém a trouxesse da praça e morta pelo que já não respirava, prefiro não pensar que a senhora era tão atrevida que quisesse levar a coisa para o lado do corpo humano. Assim sendo, digamos que se pode associar a tal gaita ao apito que o rádio faz sempre que a central tenta falar com o motorista. Digamos que é uma forma diferente de se ver a coisa...

Depois seguiu-se a segunda parte do serviço, de «plantão» na estação para o que desse e viesse, mas até correu bem. Amanhã há mais...

Boas Viagens!

Fonte: Priberam - Diccionário de Lingua Portuguesa On-Line

2 comentários:

Andreia disse...

Eheheh!
Mas uma história muito boa! Só cromos...
Qualquer dia tens a tua caderneta preenchida!!!

Anónimo disse...

Deixa lá Rafael que a senhora estava de certeza a referir-se ao Claxon ou buzina como preferires,a malta do Bairro é muito de linguagem brejeira.E a 35 é uma carreira que é boa para isso.

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