A confusão habitual de um sábado de manhã tem destas coisas. Hoje estive de serviço na carreira 35, e quando cheguei à Praça do Chile, com destino a Santa Apolónia, o autocarro acabou por encher num ápice. De um lado vinha a pergunta se passaria em Sapadores, logo de seguida, se passava na feira da Ladra e ao mesmo tempo alguém solicitava um bilhete. Empurrão daqui, empurrão dali, o que importava para aqueles passageiros era não ficar na paragem.
Como é habitual, na retaguarda do autocarro havia espaço disponível e até lugares para sentar, mas as pessoas teimam em não passar da porta de saída, para trás. Com jeito a porta lá fechou e lá prossegui viagem. Já a chegar á primeira paragem da Av.general Roçadas, começo a ouvir um burburinho «o que é que leva ai na alcofa? Está vivo!... Ai tão engraçado» ao que o proprietário da alcofa responde: «É o meu animal de estimação. É um coelho!» Eu nem queria acreditar no que estava a ouvir, embora a Páscoa esteja aí á porta.
Apercebendo-me que se tratava de facto de um coelho, encostei na paragem e informei que o mesmo não se poderia transportar naquelas condições (estava com uma trela tipo cão e ao colo do indivíduo), ao que o rapaz responde de imediato. «Não se chateie porque eu vou já sair nesta paragem...» e lá saiu com um ar de gozo e com uma figura (perdoem-me) ridícula e a fazer sofrer um animal que gosta de andar á solta, colocando-lhe uma trela e uns mini-óculos de sol.
A passageira do banco da frente de imediato me alerta: «Não ligue porque o rapaz não bate bem... ele entrou ás escondidas quando você vendia o bilhete...» Pois acredito, porque se não fosse o burburinho nem tinha dado conta, mas agora esta ideia de transportar um coelho no autocarro é que não cabe na cabeça de ninguém, a menos que seja um daqueles coelhos acabados de comprar num dos talhos da Morais Soares (e há muitos por lá).
Tinha de ser diferente este dia e aqui fica mais uma para mais tarde recordar...
4 comentários:
Coelho a bordo? Muito original realmente...
Uma vez num autocarro da Carris dei com uma jovem que no saco onde levava os seus pertences pessoais transportava também um pequeno cão, que ia com a cabeça de fora com ar curioso a espreitar.
É mesmo uma situação para mais tarde recordar.
Cumprimentos
Carlos Correia
Eu por acaso tenho COELHO no nome, e nunca te vi tão chocado por ter um Coelho dentro do autocarro.
Pra próxima que eu te for visitar, vou ver se tenho cuidado, livra pá...
Mesmo assim ao contrário do que essa tua passageira disse, o rapaz é tudo menos "mau da cabeça".
Vejamos, conseguiu fintar-te, escondeu o coelho ((numa ALCOFA), ou seja, podia passar perfeitamente por um bébé), levou-o com uma trela, coisa que a LEI EXIGE, e que(nem algumas jovens solteiras se levam, quando se fazem acompanhar pelos seus MINI-DOGS), e para acabar em beleza, levou o coelho com uns mini óculos de sol, ou seja, sempre podia alegar que o coelho era ceguinho, e não se conseguia deslocar sem o auxilio dele.
Agora diz que o miúdo não bate bem??
Um espertalhão esse miúdo, contorna melhor os adultos do que muito adulto que anda por "aí" loool.
Mas sim, eu sei que é expressamente proibido levar animais em autocarros, com excepção das pessoas que os têm como auxiliares de mobilidade (as pessoas cegas)
Bem amigo, grande abraço do madeirense e boas viagens!!
Coelhos nunca presenciei, mas cães e gatos escondidos em malas ou alcofas, são às dezenas. Basta estar com atenção aos movimentos e aos ruídos. Por vezes, acontece entrarem totalmente visíveis, ao colo dos respectivos donos ou mesmo a caminharem pelo corredor dos autocarros apenas com trela, o que frequentemente gera grandes discussões. Já assisti a várias. Por mim, desde que tenham uma dimensão aceitável, estejam ao colo dos donos, estejam limpos e não ladrem, não tenho nada contra. Para ser sincero, em certas situações, preferia viajar com uma matilha dentro de um autocarro do que com certas pessoas, mas isso é outro assunto...!
realmente há cães q cheiram melhor q certas pessoas, q quando entram no autocarro só me apetecia era mandá-los saír pq não estão em condições de viajar num transporte publico, mas enfim... isto era num país civilizado, o nosso não é...
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