É a pergunta que muitos fazem. Como ficará a baixa depois de concluídas as obras da Praça do Comércio e da reorganização – ou desorganização – do trânsito que parece estar cada vez mais caótico. Durante estas folgas que hoje terminam, aproveitei para adiantar alguns presentes para o Natal que se aproxima a passos largos e este ano, optei pelo comércio tradicional, na Baixa de Lisboa.
O carro ficou á porta e dei uma vez mais, uso ao meu passe. Para não bastar a azáfama desta altura, que faz sempre aumentar o volume de trânsito nestas artérias da cidade, há também as festas do Circo do Coliseu e os teatros da zona que «obrigam» aqueles que teimam em levar o carro para a baixa, a estacionar em cima dos passeios da Avenida da Liberdade. E como se isto não bastasse, este fim-de-semana alguém se lembrou de remendar a Rua da Prata com alcatrão, tornando uma tarde de Sábado fatídica para quem a teve de cruzar.
Os autocarros aglomeraram-se na única via disponível, e eu ia a bordo de um 745 que estava bem lá para trás da fila. Foram quase 15 minutos para fazer uma rua apenas. Será que era difícil entender que aquelas obras teriam de ser feitas durante a noite?
E daqui para a frente como será?
A Praça do Comércio, envolta em polémica, vai mesmo ficar sem trânsito nas laterais nascente e poente e o trânsito ligeiro ficará a passar na Ribeira das Naus, enquanto que os transportes públicos ficam com via reservada pela Rua do Arsenal, tal como está. Contudo, há quem diga também, que o trânsito ligeiro vai ser mesmo afastado daquela zona, para quem vem do Marquês de Pombal. E será que além do caos do trânsito, a sul, vamos também ter congestionamentos a norte na Praça dos Restauradores?
Os transportes públicos até podem vir a ser beneficiados, o que duvido, mas até agora os atrasos têm sido bastantes, desde autocarros a eléctricos, facto este que não ajuda certamente a cativar mais público e mais passageiros para o uso do transporte público que tem cada vez mais dificuldades em circular numa cidade cada vez mais virada para o transporte particular.
Vejamos a via do BUS. Em Madrid, está em grande parte dividida por um separador plástico, mas por cá permanece apenas com um simples traçado na via que é constantemente violado e desrespeitado pelos restantes utentes da via. Depois há também os semáforos que em algumas zonas deixaram de abrir prioritariamente para os transportes, passando a abrir conjuntamente com os restantes utentes da via (ex: Av.Ceuta, no sentido Alcântara; Rossio, no sentido P.Comércio, etc...). E estes são apenas alguns dos pontos que nos vão tomando conta da paciência que é necessária para se conduzir um transporte público numa cidade como Lisboa...
E amanhã começa mais uma semana! Boas Viagens a bordo da Carris!
7 comentários:
Devia ser implementada um círculo ou linha imaginária de delimitação/fronteira à baixa de Lisboa. Obrigar os ligeiros a atravessarem a cidade apenas junto ao rio, sem nunca cruzarem as ruas interiores. Exemplos: R. Madalena, R. Fanqueiros, R. Comércio, R. da Conceição, R. São Julião, etc.
Acesso permitido, só aos transportes públicos, cargas e descargas. O principal problema do caos no centro, é haver muitos parques de estacionamento mesmo que pagos. Exemplos: Restauradores, Pç Figueira, Baixa-Chiado, etc.
Sem isto, a regulamentação semafórica seria mais desafogada na hora de ponta, evitando filas de autocarros que actualmente duram +/- 20 minutos para fazer Sul/Sueste - Restauradores.
Ou se resolve ou não se resolve!
Enquanto houver interesses em sentidos opostos, não vamos chegar a lado nenhum... literalmente.
A Faixa do Bucho.
Curiosamente passei pela Praça do Comércio hoje e também pensei em como ficará o trânsito com as obras terminadas. Até olhei para a Ribeira das Naus para me certificar que só havia uma faixa em cada sentido! Vai ser bonito, vai!
E as obras na Praça do Comércio vão(ou estão) a ser aceleradas porque o Papa vem cá no próximo ano e deve dar missa lá.
Não sei se já viste mas aqui fica:
http://www.menosumcarro.pt/Default.aspx?tabid=75&itemId=319&parId=68
Abraço.
O problema é sempre o mesmo, o que nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? A actual liderança da CML tem tido muita coragem em tomar as decisões que tem tomado - principalmente tendo em conta os poderosos lobbys a quem a expulsão do automóvel particular não interessa. Claro que há opções que não são as mais felizes, timmings imbecis, e outros erros menores... mas no fim, quando a praça do comércio voltar a ter vida, as restrições ao trânsito automóvel particular forem ainda maiores (e consequentemente o fluxo dos transportes públicos melhorar nesta zona), estou convencido que o fenómeno se estenderá a mais locais da cidade, pois ninguém terá dúvidas que este é o caminho a seguir! Assim tem sucedido noutras cidades mundo fora, e se tudo correr bem, assim será Lisboa do futuro (bem próximo, esperamos!)
P Ferreira
Tenho curiosidade em saber qual foi a evolução do cescimento dos corredores BUS na cidade nos últimos 10, 15, 20 anos... é que tenho a sensação que este mapa de corredores para transportes publicos ficou parado no tempo...
eu atravesso a baixa junto ao rio todos os dias. Por comodismo quando o faço de carro, pois sei que tenho alternativas e usei-as quando só sepodia circular pela rua do arsenal.
quando vou à baixa, vou sempre de transportes e quando estou bem disposta até vou a pé (moro na graça) mas sei que Baixa de carro, nunca!
O meu sonho era ver a baixa toda fechada ao trânsito excepto aquela faixa junto ao rio e só com uma faixa em cada sentido. Nas horas que tenho lá passado chega muito bem e acreditoque com a Baixa fechada o trânsito aí ainda diminua mais.
a ver vamos...
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