Depois de ter lido o título deste post [Off Topic], o leitor pode estar já a pensar que lhe vou falar da história da série de eléctricos composta por carros tipo Salão, mas engana-se, não porque não fosse tema para ser abordado, mas porque estamos em comemorações do Centenário da República e porque esse mesmo eléctrico que está em permanência na Praça do Comércio, entrou para a história da própria República, após ter sido o «palco» de um dos episódios mais marcantes da primeira República.Na verdade, quem passa pela Praça do Comércio, pode ver de imediato o eléctrico vermelho, tipo salão da série 300, assim como o imponente Arco da Rua Augusta, ou as simétricas arcadas que ladeiam uma das maiores praças europeias. Contudo, muitos não sabem que esse mesmo eléctrico que hoje serve de posto de venda e informação da Carristur, é apelidado de «Afonso Costa» e que durante o serviço regular de passageiros, e quando ainda era amarelo, ostentava o número 355.
Foi precisamente neste Eléctrico, que a 3 de Julho de 1915, «o conhecido político, temeroso dos frequentes atentados que então se multiplicavam pelas ruas da cidade, protagonizou uma cena hilariante a bordo deste carro», lê-se na "História do Eléctrico da Carris", de Marina Tavares Dias. «Ouvindo o sonoro disparo do disjuntor a saltar do cabo [aquilo a que na gíria os guarda-freios apelidam de «saltar a breca»], Afonso Costa julgou estar perante um tiroteio e atirou-se pela janela do eléctrico, partindo o braço na queda», cita ainda o mesmo livro.Fonte: «A História do Eléctrico da Carris», de Marina Tavares Dias.
Fotos: Rafael Santos e Arquivo Municipal de Lisboa
1 comentário:
Este merecia outro destino, e não estar ali parado! se tem essa história devia estar a circular em conjunto com os outros eléctricos do Museu.Boas viagens a bordo dos "Afonso costa " da CCFL.
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