sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pergunta do dia na carreira 36: "Excuse me, which bus goes to Alcatraz?"

Ao fundo a Prisão de Alcatraz
Continuo de férias, mas como estou por Lisboa, não deixo de ter contacto com os autocarros e eléctricos da Carris, até porque em semana da mobilidade, tenho optado, como quase sempre diga-se, pelo transporte público nas minhas deslocações do dia-a-dia, poupando combustível, paciência a procurar lugares e ganhando tempo. 
Tenho utilizado mais o autocarro e tenho visto coisas que me fazem recordar um passado recente. A insatisfação constante de quem se transporta continua igual sem tirar nem por, e não admira portanto que se entre numa rede social como o facebook e se leia comentários ao «net bus carris», do estilo.... "para quê gastar dinheiro nisto se podemos ser assatados?!", interrogava de forma indignada uma utilizadora da rede social.

Na verdade, o público nunca está satisfeito, porque para ser assaltado não precisa estar ligado à Internet. Sempre se correu esse risco em cidades como a nossa. Uma cidade que recebe diariamente milhares de turistas, que se transportam na Carris e que querem a todo o custo saber qual o autocarro a tomar para chegar ao destino.

Mas nem só os comentários no facebook geram gargalhadas. Basta imaginar-se no lugar do motorista da carreira 36, numa tarde de Outono, tal como aconteceu hoje ao meu colega Armando Aldegalega, e imaginar que lhe entra uma turista e lhe pergunta... "Excuse me, which bus goes to Alcatraz?"

Ora a turista queria certamente saber qual o autocarro que a levava a Alcântara, até porque Alcatraz é o nome de uma famosa prisão numa ilha ao largo de S Francisco, na Califórnia (USA). E se calhar o melhor era mesmo apanhar o cable car de San Francisco e depois ir de barco. Fica dada a sugestão.

Mas se pensar-mos que a turista possa ter lido o tal comentário dos assaltos por se andar de computador ou telemóvel no «net bus Carris», então se calhar já faça sentido o destino Alcatraz. Na verdade estas e outras situações acabam por gerar uma gargalhada a quem está do outro lado, tal como nós também podemos gerar aos outros quando vamos ao estrangeiro. 
E é por estas e por outras que a nossa profissão é diferente de todas. Aqui fica o meu agradecimento ao Armando, pela partilha deste episódio vivido esta tarde na carreira 36, que era daquelas que menos gostava de fazer, enquanto estive na estação da Musgueira.

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