Hoje bem que poderia utilizar aquela máxima que se ouve em dias casamento debaixo de chuva. Pois regressei de férias, com um serviço na carreira 18E e... regresso molhado, regresso abençoado. Depois de uma primeira viagem com sintomas de quem há muito não pegava num eléctrico, em que tudo parecia ser estranho e com a chuva daquela miudinha que nenhum guarda-freio deseja, o resto do serviço lá se desenrolou dentro da normalidade de um dia chuvoso como o de hoje.
Porque isto da chuva tem que se lhe diga e nós guarda-freios somos sinceros! Para chover que chova a sério e não ás pinguitas. Mas hoje houve de tudo. Primeiro a chuvinha miudinha e depois a chuvada que entupiu a cidade, também ela entupida no que a sarjetas diz respeito. Na verdade os anos passam mas as cenas repetem-se nas primeiras chuvas. Inundações, tampas de esgoto levantadas, e um trânsito infernal que causa transtornos, sobretudo a quem utiliza os transportes públicos.
Mas no ano em que se comemora os 100 anos da República, nada melhor que recuar no tempo e tentar perceber como era o trânsito em Lisboa, nos anos em que foi implantada a República. Pois recorde-se que o trânsito em Lisboa passou-se a fazer pela direita no ano de 1928. Até então, os carros circulavam pela esquerda tal como acontece com o metropolitano. Assim foi esta tarde na Rua da Junqueira, depois de esta ter ficado entupida de eléctricos e autocarros que se juntaram aos veículos ligeiros, na esperança de se conseguir passar o cruzamento do Hospital Egas Moniz, mas sem êxito porque a água era mais que muita.
Não havendo outra alternativa, o polícia municipal que acompanha o «smart bus-Carris», ordenou que por instantes o trânsito voltasse a esses primórdios da República, e os eléctricos lá conseguiram recuar até Santo Amaro, onde entraram na estação para inverter a marcha. Por ser algo fora do comum decidi então registar o momento, visto da estação, enquanto aguardava a saída para a segunda parte do meu serviço, para agora partilhar com os leitores deste blogue.
Se não viveu nesses tempos, já pode ter uma ideia de como era a cidade ao contrário, nos tempos em que eram mais os eléctricos que os carros a circular na cidade. Amanhã há mais e espero que com menos chuva.
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