sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Fim de ano que é fim de ano...

Pois é isso mesmo! Fim de ano que é fim de ano, tem de ter uma discussão entre passageiros. Foi o primeiro final de ano que passei nos eléctricos mas é em tudo igual aos autocarros só com uma agravante: Muitos mais turistas. Ao que parece este ano, Lisboa foi o destino escolhido para a passagem de ano dos italianos e não admira portanto, que o barulho fosse muito durante as viagens porque estes turistas só sabem fazer duas coisas.

A primeira é só falarem italiano e a segunda é gritarem. Se juntarmos a estes os nuestros hermanos, então temos o Reveillon pronto para festejar. Mas a gritaria começou cedo e em português e tudo porque uma passageira tinha calor e a outra tinha frio. O eléctrico saiu cheio do Martim Moniz perto das 10h30 e já na Almirante Reis começa uma discussão acesa entre uma jovem e uma idosa que se julgava dona do eléctrico.

«Andam aqui a ocupar lugar de quem vai trabalhar e ainda refilam. Depois dizem que os novos não vos respeitam», dizia a jovem com uma ar bastante chateado e que ficou ainda mais depois da idosa lhe ter dito «shiuuu, pouco barulho!»... Duas paragens à frente os ânimos acalmaram-se porque alguém lhes disse lá do fundo «calma que é fim do ano. Não se chateiem...»

Mas lá tinha de entrar alguém mais acalorado, tendo aberto uma das janelas. Foi o fim do mundo. «É favor fechar a janela que está tudo com frio e constipado», dizia uma senhora que se julgava talvez, porta-voz de todos os passageiros. A troca de galhardetes começou. «Se está com frio traga a manta de casa!», dizia a acalorada que teve como resposta «E você se está com calor venha de biquíni. Olha que esta, hein!?!...»

O certo é que depois de se terem insultado mutuamente lá seguiram os seus caminhos e para terminar o dia nada melhor que ouvir de uma outra passageira e desta vez comigo mesmo, ainda que sem culpa alguma que estava «há mais de 20 minutos à espera e agora vêm dois juntos. Ficam lá conversa que eu bem sei. Já cá ando há 36 anos em Lisboa e sei bem o que a casa gasta...», mas como não me disse boa tarde nem boa noite deduzi que não estivesse a falar comigo. E assim foi o final de ano com tudo obcecado por um dia que no fundo é igual a todos os outros, mas que parece ser em tudo diferente, começando na atitude das pessoas e acabando na correria às iguarias.

Termino com os habituais votos de um Próspero Ano Novo para todos os leitores deste blogue, amigos e familiares.

4 comentários:

Eduardo disse...

Bom ano Rafael, e que 2011 te traga o que 2010 não trouxe e muita paciência ehehe :P

Abraço

Angelo disse...

Um bom ano também para ti! E as melhoras para os utentes lisboetas!

Xico205 disse...

Normalmente costumam dizer que os tripulantes ficam a jogar ás cartas. Na conversa não se costuma ouvir!
Elas não devem saber que se o interesse fosse mesmo estar à conversa existem tarifarios de telemoveis gratuitos entre si e que dá para conversar durante as viagens.

Bom Ano e Boas Viagens a bordo dos tradicionais electricos de Lisboa.

helder disse...

Por vezes estão elas na conversa na paragem, e por vezes mesmo fora da paragem, e quando mandam parar ...TARDE DEMAIS!!! Já passou!
cumprimentos e um abraço

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