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Imagem Google Maps com o dito bacalhau... |
Uma quarta-feira pouco doce. É o que posso concluir do meu dia de trabalho de ontem que aqui chega também com algumas horas de atraso, tal e qual como recolhi, ou seja com um atraso significativo, e porquê? Porque alguém pensou que ao bacalhau só é mesmo para se dar atenção na noite de Natal. Mas engana-se se pensa que estou a falar em gastronomia, pois na verdade nessa noite sabe sempre bem comer um prato de bacalhau com batatas cozidas e hortaliça, mas desta feita refiro-me ao bacalhau do trânsito e mais precisamente ao sinal B1 do código da estrada.
É aquele que pela sua forma de triângulo invertido parece um bacalhau e que no seu fundo branco contornado com uma lista vermelha, indica ao condutor que perante um cruzamento, entroncamento, rotunda ou passagem estreita, deve ceder passagem a todos os veículos. Mas não foi isso que fez a jovem condutora que ontem viu o seu Seat quase a querer entrar pelo eléctrico que seguia na minha frente, quando eu recolhia. O resultado, além de um Seat sem frente, foi uma interrupção na carreira 15E onde fiz quatro viagens depois de uma tarde marcada pelo regresso à 25E.
Foi um dia daqueles que dá que pensar. Primeiro porque estava um frio de rachar e eu cada vez mais arrependido de ter aceito aquele extraordinário, que supostamente era só ate às 00h00. Depois porque me deixou uma vez mais a pensar no que ganha esta gente que teima em querer passar sempre à frente do eléctrico, como que se o amanhã não existisse, como que se atrás de si viesse uma avalanche ou como se de repente encarnassem em taxistas para fazer daquelas manobras, ás quais já estamos habituados.
Sim daquelas, que nos ultrapassam com o motor dos seus Mercedes quase a darem o berro de tanto esforço, para imediatamente a seguir fazerem uma paragem brusca na nossa frente para largar o passageiro. Mas a realidade é que depois de feito não custa mesmo nada e o que importa é que ninguém se aleijou, a não ser a alma da jovem que viu parte do seu carro aos pedaços. Foi daqueles acidentes que só a própria podia ter evitado, se tivesse perdido mais uns segundos na entrada do entroncamento, mas acontece a todos.
E inevitável era eu terminar este texto sem falar do açúcar claro. Não porque tenha andado à procura dele, mas porque não se falou de outra coisa durante a tarde na 25E, por parte das idosas que transportei - pelo menos - três vezes entre os supermercados que se encontram ao longo do percurso da carreira. Do Minipreço da Saraiva de Carvalho, ao da Rua de São Paulo, não esquecendo o Pingo Doce da Lapa, nenhum foi capaz de satisfazer a fobia daquelas senhoras que diziam-me com um ar bastante preocupado «não sei como vai ser isto não. Veja lá que já é o terceiro super que vou e não há nadinha ,nadinha de açúcar.(pausa) Dizem que à tardinha já há, mas eu hoje também já não saio porque está muito frio e eu já tenho 68 anos e até ao Natal ainda há muitos dias...» E faz muito bem!
Já quem se mostrava contente com a situação era uma outra que dizia que agora é que não ia «sofrer de Diabetes por uns dias». E assim vão pouco doces, diga-se, estas viagens que com tanto frio só me fazer recordar
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