"É Carnaval, ninguém leva a mal!" Poderia ser a frase mais ouvida esta tarde na carreira 15E, mas acabou por não ser, apesar dos inúmeros atrasos provocados pela quantidade de gente que ao ver o sol dar um ar de sua graça, decidiu ir para Belém, como quem antigamente ia para a Avenida. Sem coches, porque esses já só mesmo no museu, que em breve ou talvez não, terá uma nova sede, mesmo em frente à actual.
Com disfarces para todos os gostos, lá foram no eléctrico a quem muitos chamam de rápido, mas que em dias como os de hoje tornam-se lentos, com a quantidade de gente que tenta forçar um pouco mais os que já lá vão dentro, acabando por não deixar fechar as portas do articulado. A romaria para os Pasteis de Belém começou logo após o almoço, com uma fila que parecia querer competir com a fila do eléctrico na paragem em frente, fazendo uma espécie de «corredor da morte» para quem tentava minimamente cumprir um horário, quase impraticável de 37 a 40 minutos de viagem entre Algés e a Praça da Figueira.
O serviço de hoje teve então direito a saída e recolha da estação de Santo Amaro e domingo que é domingo, tem de ter os habituais passeios de quem parece andar a semana toda a escolher o traje a usar neste dia de passeio. Muitos acompanhados com familiares e amigos, outros com uma simples muleta ou bengala, mas todos com algo comum. Demoram tempo a entrar e sair e quando chegam a Algés, saem e voltam a entrar rumo à Praça da Figueira.
Mas se muitos eram os que iam de eléctrico ou autocarro, muitos mais foram os que optaram pelo carro, entupindo por completo os cruzamentos da zona do Mosteiro dos Jerónimos, onde se perdia muito tempo porque ainda há condutores que não compreendem o significado da palavra «BUS», ou porque simplesmente decidem avançar quando sabem que não vão ter hipótese de entrar na via pretendida. Mas já dizia e bem o formador Cardoso: «Nós guarda-freios, não nascemos para educar o mundo!»
Pronto, mas e um de cada vez pode ser? E tudo isto num só dia em que poderia ter ficado por aqui, ou não fossem os dois açorianos que decidiram entrar e arranjar lugar, sem se preocuparem com o título de transporte. Azar dos azares, a fiscalização entrou a bordo e ao serem confrontados pelos agentes da Carris, tiveram o à-vontade de dizer que pensavam ser grátis porque «nos Açores o bilhete compra-se ao motorista», diziam. Ora como não tinham acesso ao condutor e como as máquinas de bilhetes, para eles estavam simplesmente ali como elemento decorativo, ainda tiveram direito a uma visita guiada à Esquadra da PSP da Praça do Comércio, por não se quererem identificar. Afinal até é Carnaval, ninguém leva a mal!
Assim vão as viagens pelo universo que liga Algés à Praça da Figueira - eis a carreira 15E!
4 comentários:
Seriam mesmo açorianos ou disfarçados de insulares! o País é o mesmo e os pastéis de nata não devem ser à borla mas ,pronto! assim aprendem a andar com trocos nos bolsos .
Se reconheceu serem açoreanos é porque tinham sotaque e isso quer dizer que eram Micaelense (da ilha de São Miguel).
Lá como aqui os bilhestes compram-se ao motorista só mesmo nesses electricos modernos é que não por isso os rapazes podem estar inocentes por desconhecimento
Como açoriana só tenho a lamentar tal atitude.. A verdade é que em todo o lado há gente idiota, e infelizmente, a minha terrinha insular não é excepção.
Eu nem sequer cheguei a ter contacto com eles. Os agentes da fiscalização é que ao solicitarem-me que parasse na esquadra da PSP, disseram que era para la irem identificar dois açorianos! Cumprimentos.
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