segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pelas Colinas à procura do aparelho...

Depois da formação, o regresso ao contacto com o público, foi no "Circuito das Colinas" da Carristur, ainda antes da estreia na carreira 15E com articulados que acontecerá já esta terça-feira. Se o fim-de-semana foi calmo, mesmo com manifestação na Praça do Comércio, já hoje os eléctricos vermelhos pareciam estar a ser alvo de uma invasão alemã. Muitos foram os que depois do desembarque matinal do AIDA, se dirigiram à Praça do Comércio para descobrirem os recantos de Lisboa e seus monumentos com a ajuda do eléctrico que é ele também um símbolo da cidade.

Sempre agitados e alguns diria mesmo, desconfiados começam por se esforçar minimamente para falar inglês. Torna-se portanto por vezes difícil a comunicação com estes senhores e senhoras, altos e bem constituídos de cabelos normalmente alourados ou grisalhos. E se há situações em que parece que acabamos de estabelecer um diálogo de mudos com recursos a gestos, há também aquelas situações em que explicamos em inglês, e nos dizem entender tudo, mas na verdade não estão a entender nada. 

É como dizer que o Castelo fica na segunda paragem e logo na primeira já tão a perguntar se é ali que têm de sair. Muitos ficam contentes por ter explicações em alemão, como é óbvio, mas o pior é quando nos chegam com um «voucher» e lhes explicamos que temos de ficar com o mesmo em troca de bilhetes. Tornam-se em segundos, mais desconfiados que os chineses quando vamos a uma loja e nos seguem a cada passo dado. Lá surge um promotor(a) que até fala alemão e lhes explica o procedimento, tornando-se na nossa salvação porque por instantes o guarda-freio parece estar à beira de levar um murro. 

Mas diálogos e «vouchers» à parte, pior ainda é quando para colocarem um auricular a fim de ouvirem o audioguia do circuito, perdem o aparelho auditivo. Ao que parece, ambos são incompatíveis e o senhor que esta tarde se transportou juntamente com os seus dez amigos, deu mesmo preferência ao audioguia, mas quando acabou a viagem já na Praça do Comercio, dei com o senhor e seus amigos a fazer uma vistoria pormenorizada ao interior do eléctrico. Tentávamos saber o que procuravam, mas havia o tal pormenor de nem inglês entenderem.

Alguns segundos depois lá se ouviu um «ahhhhhhh!». Tinham então encontrado o aparelho auditivo, o que me deixou intrigado com a seguinte questão. Será que ele não entendia mesmo inglês, ou era o facto de não ter o aparelho, que não o permitia ouvir o que lhe perguntava? Eis a questão. Já com o aparelho auditivo recolocado no lugar respectivo, lá seguiu satisfeito do eléctrico que lhe mostrou a zona mais antiga de Lisboa.

1 comentário:

CR 35 disse...

E eu a pensar que era uma dentadura!

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