A foto possível, numa das paragens da viagem na 12E |
Foi com grande entusiasmo e persistência que muitos amantes do Fado aguardavam na Praça da Figueira pelo eléctrico do Fado, quando ainda eram 14h20. A iniciativa da EGEAC em parceria com a Carris repete-se há já alguns anos e está inserida nas comemorações das festas de Lisboa. Com partidas anunciadas para as 16h e às 19h, este ano a novidade é a inclusão da carreira 12E que recebe pela primeira vez o Fado. E quem também se estreou neste evento fui eu, após ter passado ao lado nos anos anteriores.
A chegada dos organizadores, guitarristas e fadistas, causou de imediato agitação na paragem entre passageiros habituais, turistas e simples amantes do fado e desta iniciativa. Muitos há que acompanham o eléctrico no Fado desde a primeira edição, nem que para tal tenham de esperar duas horas para garantir lugar. Entre a azáfama de conseguir entrar a bordo do eléctrico, há empurrões, palavras de ordem e por vezes insultos. Mas tudo vale a pena para se ouvir o Fado nem que a viagem seja curta e pelas ruas da Mouraria que ligam num instante o Castelo ao centro da cidade.
"Silêncio!", ordena o Sr. Beja para de seguida dar as boas vindas a todos e fazer as apresentações. Pela primeira vez tive também direito a palmas e juro que não cantei o Fado! Eléctrico cheio, que nem sempre facilita a vida aos jornalistas que queriam a todo o custo captar as melhores imagens dos cantares dos fadistas e dos rostos contentes de quem seguia viagem.
Com os músicos Manuel Gomes e Fernando Gomes, os fadistas Henriqueta Batista, Ana Maurício, Luís Matos e Nuno Aguiar, entoaram vários temas que fizeram sentir a verdadeira força do Fado, agora classificado como património da Humanidade.
E assim se juntaram dois gloriosos patrimónios: O Fado e o Eléctrico, que pelas colinas de Lisboa, cantaram o Fado e puseram gente a cantar dentro e fora do eléctrico. E assim será até dia 10 de Junho, sempre às 16h e às 19h com partidas alternadas da Praça da Figueira e do Martim Moniz, numa iniciativa que na minha opinião, não deveria apenas acontecer durante as festas de Lisboa, mas sim, várias vezes no ano.
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