Pois a história é simples, mas pela primeira vez, tive de contar alto até 10 para não perder a razão. Ao que parece o passageiro estava encostado à porta de saída - lugar que está devidamente assinalado com avisos através de autocolantes vermelhos - entretanto alguém e sem querer, tocou no botão «Stop» solicitando assim a paragem. Cheguei à Av.Roma e já encostado ao passeio abro a porta, chegando mesmo a pensar que era ele mesmo que queria sair. A porta abre-se e o individuo assusta-se, e ninguém sai. O que saiu sim, foi um olhar de lado para mim por parte desse passageiro.
Já na Av.Brasil o senhor saiu e começou a correr em direcção á porta da frente. Começou então a dizer que eu era «um grande malandro e que tinha aberto a porta de propósito na paragem anterior para o aleijar» e só não em chamou foi Santo! Já no interior as pessoas que observaram a situação desde o início deram-me razão e disseram mesmo que o senhor não devia estar bom... Segui então viagem!
Já hoje o dia foi mais calmo e as horas «passaram mais rápido». Transportei o João, que entrou com o primo e com a mãe. O João é um rapaz que vinha da escola ansioso para ir para o parque, mas enquanto estava dentro do autocarro ouviu a sua mãe dizer-lhe pelo menos três vezes que não ia ao parque hoje (pelo menos as que eu ouvi).
Fiquei então a saber que o João está habituado a comer guloseimas quando sai da escola e quem o disse foi a sua mãe, que pareceu-me bem mais ansiosa pelo abrir do pacote das batatas que o próprio João. Já o rapaz, queria mesmo era ir para o parque e por isso estava irrequieto ao ponto de andar em pé pelo autocarro, tendo a sua mãe dito «assenta-te João! Já não te aviso mais vez nenhuma...» Ora aqui está mais um exemplo do Português mal tratado.
O correcto seria dizer "senta-te João" que vem do verbo Sentar. E depois o João iria sentar-se no assento do Mercedes-Benz OC500. Mas gramática à parte o resto do serviço decorreu com normalidade assim como o João que lá se sentou e acalmou. A mãe, essa é que por sua vez insistia em dizer para a passageira do lado que o seu filho tinha sido habituado a comer uma guloseima á tarde, mas na verdade era ela que estava a comer as batatas fritas, como se o mundo acabasse após a sua saída do autocarro.
O pior mesmo foi quando acabou a viagem eu constatar que o pacote das batatas tinha ficado vazio no assento onde viajaram, o que já vem sendo um hábito, provando assim que além dos maus exemplos de português falado, aquela senhora também não está a dar grandes exemplos de higiene ao pequeno João. Pobre coitado...
Também hoje estreei-me a abrir a rampa de acesso a cadeira de rodas, dado que nunca me tinha sido solicitado anteriormente. É de facto uma preciosa ajuda para quem tem uma mobilidade bastante reduzida. Mas por instantes fui o centro das atenções e a rampa foi o tema de conversa para o resto da viagem. Na generalidade todos os passageiros "aprovaram" o uso da rampa que muitos desconheciam, pelo que ouvi até Sete Rios. A passageira de mobilidade reduzida acabou por sair no Hospital de Santa Maria, onde agradeceu uma vez mais a minha ajuda. Chego portanto a casa com sensação de missão cumprida!
Amanhã há mais... Boas Viagens!
6 comentários:
Olá.
Tinha lido algures que as rampas não estavam a ser utilizadas porque os motoristas não podiam sair do seu lugar de condução!!!!
Parece que era mentira e ainda bem.
Com cada vez mais autocarros com a rampa, quem anda de cadeira de rodas tem a vida muito mais facilitada.
Ainda bem!
Em resposta ao primeiro comentário, sempre que me solicitarem eu uso-a porque se ela lá está é para se utilizar!
Quanto á questão do abandono do posto de condução, devo acrescentar que esta tarde tive de abandonar o posto de condução por se tratar de um autocarro onde a rampa era mecânica e não eléctrica.
Assim sendo, coloquei os «quatro piscas», baixei a suspensão e abri a porta da retaguarda, tendo de seguida aberto a rampa para facilitar o acesso.
De seguida, abri a porta da frente e lá entraram os restantes passageiros. Obviamente que se perde um pouco de tempo, mas creio que é compreensível. Já os meus "pertences", trocos etc... andaram comigo enquanto fiz essa operação.
Ainda assim, a Carris já dispõe de alguns autocarros novos com rampa eléctrica, permitindo assim que o motorista não abandone o posto de condução.
Espero ter esclarecido.
Cumprimentos,
Rafael Santos
:)))
gostei , mais uma x de te ler, primo. Grandes aventuras estas!
Olá de novo caro Rafael! =)
Aqui há uns tempos atrás na carreira 729 aconteceu uma coisa caricata no Pólo Universitário da Ajuda onde entrou uma senhora de cadeira de rodas ao que o autocarro "discordou" de levar tal passageiro e o motor desligou-se (sabe-se lá porquê sendo a passadeira manual)...
Olá Rafael,
Entrei para a Carris agora, ainda estou em formação! Está a correr bem, e ler-te tem sido bastante divertido e até tranquilizador!
Obrigada!!!
Olá Natália,
Obrigado pelo teu comentário e pelas tuas visitas. Espero que tudo corra bem tal como desejas.
Boa formação...
Enviar um comentário