Ora se temos por hábito acolher bem quem vem de fora, esta senhora entrou de imediato para a curta estatística dos que não sabem receber, e isto porque a turista nem sequer lhe tinha dirigido a lente da câmara. Ora como se não bastasse, havia também de aparecer alguém que gosta de saborear a viagem mesmo até ao último segundo, aquele em que a porta já se fecha. Daqueles que merecem hoje destaque na edição semanal da revista TimeOut Lisboa, o que prova que ainda há alguém que se coloca no nosso lugar a observar estes passageiros, mais esquecidos, ou distraídos.
Ora já vem sendo hábito a Timeout Lisboa apontar algo que «ama» e algo que «odeia» em Lisboa e os temas são dos mais diversos. Recordo por exemplo que Amam ver os motoristas cumprimentarem-se quando se cruzam, como aliás a seu tempo aqui referi. Depois a certa altura até adaptei esta rubrica da revista que leio habitualmente e criei aqui no blogue um post sobre o que nós, tripulantes «Adoramos e Detestamos» (clique para ler ou reler).
Mas esta semana a jornalista Ângela Marques assinou o artigo que dá conta que no geral todos odeiam..."Pessoas que só se levantam à última nos autocarros ou no metro"
Percebemos os distraídos. Aqueles que vão a ler a TimeOut e perdem a noção do tempo e do espaço. Mas estamos a falar dos militantes. Aqueles que sabem bem que a sua paragem está a chegar mas optam por ficar mais um bocadinho sentados, a aquecer os bancos e a deixar as mulheres grávidas e jornalistas cansados de escrever à espera.
Claro que ainda por cima geralmente temos tanto azar que estamos entre estas pessoas e a porta do autocarro ou do metro. Resultado: quando a porta já abriu, já está a pensar fechar-se, já toda a gente fez a dança das cadeiras e encontrou o lugar perfeito, há um indivíduo que decide levantar-se e encaminhar-se para a porta. Com isto abalroa-nos de uma maneira que por momentos pensamos ter ficado com os joelhos do Pedro Mantorras e total incapacidade para nos levantarmos nas duas horas seguintes. É aborrecido.
Mas irritante mesmo é vê-los depois com aquele ar de indignação a olhar para a porta a fechar-se, como se o motorista tivesse feito de propósito para a fechar mais cedo, como se as nossas pernas os tivessem atrapalhado e como se alguém os devesse ter avisado de que era ali que desejavam sair. E não pode ser só preguiça. Eles devem adorar transportes públicos. Só isso explica que queriam sempre aproveitar a viagem até ao último segundinho.
Sem dúvida um artigo de alguém que se coloca no nosso lugar a tentar entender o porquê de haver sempre alguém que quer sair já depois da porta se fechar, e que não podia deixar de estar aqui referido no blogue. Obrigado à autora do artigo. Foi sem dúvida bem reparado e já me deixou mais descansado porque afinal não sou só eu que reparo nestes pormenores...
1 comentário:
E quando alguém pergunta se pode ficar?irra!que é demais,se o M ou O GF quiserem ir regar o quintal...não pode, se precisa de dizer uma ordinarice ...não pode ,se precisa de telefonar para os/as namoradas/os ...não pode se....tem sempre alguém naqueles minutos preciosos a controlar .Boas viagens de ida e volta sem empatas a bordo dos amarelos da CCFL.
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