Tal como nos autocarros e eléctricos, nos comboios passam milhares de pessoas por dia, mas um simples baixar de olhos, serve para saber-mos que estamos num comboio. Não há jornais no chão, pacotes de batatas fritas ou cascas de amendoim e só me deixa com uma simples pergunta: Então mas porque não é assim também nos autocarros e eléctricos?
A pensar nestes e noutros pormenores, acho que chegou a altura de vos dar a conhecer algumas dicas do «Pequeno Livro da Etiqueta e do Bom Senso», da autoria de Maria João Saraiva de Menezes que já vai na sua 4.ª edição. Trata-se de um pequeno manual de etiqueta para o dia a dia e embora não receba nada para o promover, creio que não ficariam a perder nada se o adquirissem, até porque acaba por gerar algumas gargalhadas.
Neste pequeno livro são abordados diversos temas. Desde saber como ser civilizado, passando pela apresentação, conversa, modo de estar no restaurante, de estar com os amigos e até nos transportes e é precisamente neste ponto que vou pegar.
Há frases que são a pura da realidade, mas outras há que deixam algumas dúvidas, contudo, sobre os transportes começa com a seguinte frase: «Se tomar banho todos os dias, já é caminho andando». Havia melhor forma de começar este capítulo?
«Ceda o lugar a pessoas de idade, grávidas e deficientes», evitando assim que se perca mais tempo á espera que alguém se decida ceder o lugar.
«Cumprimente o Condutor», afinal também cumprimenta o empregado do café, o taxista e o carteiro...
«Não apalpe» e «não admita ser apalpado» e este ponto fica ao seu critério...
«Se conversar com o seu acompanhante, não se ponha a contar as suas intimidades alto e bom som», evitando assim que todo o autocarro fique a conhecer o que faz em casa ou no escritório.
«Não fixe as pessoas com o olhar», veja mas é se não pisa o vizinho do lado se viajar de pé (risos).
«Não empurre», porque já diz o ditado que “devagar se vai ao longe” e fica sempre bem «pedir licença para passar».
«Não corte as unhas dentro do transporte» e com esta concordo completamente. Além de não ser higiénico, torna-se irritante ouvir o som do corta-unhas num autocarro em silêncio e olhar pelo espelho e ver a unha saltar.
«Não coma», sim pode ter fome, mas se o fizer, seja pelo menos discreto e não deixe os restos no transporte. Lembre-se que ele é de todos!
«Não ressone» e «não grite» porque além de chato é incómodo para os restantes.
Tenha «cuidado com a carteira» sobretudo nas carreiras mais movimentadas. Dizem os lesados que não sentiram nada por isso fique atento ao que é seu.
Estes e outros conselhos estão todos no pequeno livro da etiqueta e do bom senso que pode ser adquirido na Fnac ou na Bertrand entre outras. É pequeno, de fácil leitura e ajudará certamente a despertar o educado que há em si. Ainda tenho esperança :)
Boas leituras e boas viagens!
Imagens: Wook ; Blog Forreta ; Blog KrónicasTugas
12 comentários:
Infelizmente essa limpeza dos comboios não se verifica "mais ao lado" na Linha de Sintra. Viajo em comboios de ambas as linhas e dá para ver bem a diferença de comportamentos e de resultados decorrentes desses comportamentos!
É como na Carris, onde há carreiras e carreiras! :(
Cortar as unhas no autocarro?? Essa é completamente inédita! Já vi muitas coisas acontecerem nos autocarros, mas essa não!
Se todos nós comentássemos todas as situações anormais que ocorrem nos transportes nunca mais daqui saiamos.
Há certas coisas que, infelizmente, nunca mudam.
Grande abraço.
Bem, confesso que este "post", fez-me vontade de comentar, afinal de contas recentemente viajei numa viatura da Rede Nacional de Expressos onde fartei-me de ouvir pessoas a ressonar em alto e bom som, e para não falar claro, daquela malta que resolve inclinar o banco completamente, ignorando quem viaja logo atrás e que tem tanto direito de viajar confortável e á larga como eles.
Tá bem que a viagem foi de madrugada, mas comportar-se de forma civilizada naquelas curtas horas até que não era mau de todo, afinal de contas um dia não são dias...
Já agora, faltou referires um aspecto...NÃO SE ARMAR EM DJ NOS TRANSPORTES, até porque os gostos musicais diferem de pessoa para pessoa, e OBRIGAR os outros a "curtirem as nossas musiquinhas" é RASCA e de MAU TOM!!
E pronto amigo, o madeirense fica por aqui...
Encontramo-nos por aí numa carreira da CARRIS eheh
Abraço e boas viagens!!
Bem, eu ando pouco de transportes públicos. mas digo bom dia ao motorista ou guarda freio1E é giro ver a cara deles: espantadose nem respondem :p
cortar as unhas em público é nojento :s Se eu apanhar alguém a fazê-lo pergunto-lhe logo se também o fazem no meio das suas salas...
Este é o meu historial resumido de motorista de autocarros:
Falecimento de um idoso no interior do autocarro.
Pancadaria com direito a chamar a Policia.
Duas senhoras a beijarem-se na boca.
Cortar as unhas, ajeitar o cabelo através do espelho interior.
Etc,etc...
Bom artigo, Tripulante. ^^
Todos os dias ando de transportes públicos e quase todos os dias no 727 da Carris.
A Carris é a minha empresa de transportes públicos preferida e frequentemente cumprimento os motoristas e, com os mais sociáveis, costumo meter conversa. :)
Cumps.
Eu já vi pancadaria (17, 202, 206, 208, 210 e 768), discussões com muitos palavrões (729, 108, 12, 742), comer pevides e cuspir as cascas para o chão (17, 106, 108), comer fruta e deitar a casca para o chão (10, 755, 108, 793), cuspir para o chão(768), deixar restos de jornais pelos bancos e chão(um pouco por todas as carreiras), fazer uma fogueira com jornais(750), tirar a camisola no Verão e viajar em tronco nu (768 e 794), miudos a fazerem moche, a andarem em pé em cima dos bancos, um pouco por toda a rede da madrugada), velhos a cortar as unhas no 726, uma vez foi um chinês que ia sentado ao meu lado no 708. Na 708 uma velha entra perto da feira do relogio com um alguidar e uma saca de batatas, saca duma faca e começa a descascar batatas em pleno autocarro. Assim de repente lembrei-me destas.
Na Rodoviaria de Lisboa ali para os lados de Camarate já vi coisas piores, mas prefiro nem dizer, porque podem chocar.
felizmente nunca vi cenas muito chocante no 727, o meu autocarro diário há mais de 3 anos para o trabalho, mas quando era miúdo e ia para a escola (7 ou 33 ou 35) lembro-me de chamar ao 33 a comédia nacional tal eram as cenas que via.
Que engraçado, o 33 tambem era o meu transporte escolar entre a Estefania e a Av. Roma e nunca vi nada de estranho. Isto entre 1996 e 1998. Só uma vez ou outra é que lá ia um bebado a falar sozinho que de vez enquanto se punha a gritar.
Condutor,
Em 1996 e 1998 já não conheci, foi a fase que andava de metro. Falo do fim dos anos oitenta e início dos anos 90, gritaria, pancada, discussões... Era o autocarro que eu menos gostava de apanhar, eu gostava mesmo era do 35, tinha um ar mais moderno...
Mas uma coisa é certa, os autocarros hoje são muito melhores sem comparação possível, praticamente só me desloco de autocarro em lisboa, tenho quase sempre lugar, já não são a confusão que eram, rápidos, chego a demorar 20 do saldanha à cuf infante santo, fresquinhos! Excelente serviço que a carris tem vindo a fazer, só continuar a pecar pelos tempos de espera e pela escassez ao fim de semana
O que diz aí, e que de facto é verdade é que a melhoria do conforto nos autocarros se deveu à diminuição de passageiros. Eu tenho algumas poucas recordações da Carris de finais dos anos 80 principios de 90 mas do que mais me lembro era de ver familias inteiras no autocarro. Hoje já pouco se vê. Nessa altura o centro de Lisboa era muito mais povoado e as famílias iam ao Campo Grande ao jardim ou a Belém no autocarro. Ao Campo Grande já quase ninguem vai, a Belem devem ir de carro. Ao fim de semana as familias agora passeam de carro.
Tenho algumas recordações de fins de semana entre o Restelo/Belem e o Mq. Pombal no 27, 32 e 49 completamente cheios. Hoje quem os enche são os turistas estrangeiros e os imigrantes, já não são as familias de Lisboa.
Lembro-me particularmente duma viagem num Volvo B59 (1001-1214) no 49, completamente cheio, que a travar fazia o tradicional chiar, e ficava um cheiro a queimado (tambem da caixa de duas velocidades)! Isto no Verão de 1991com o chão do autocarro a ferver e a irradiar o calor para dentro do autocarro. Tenho saudades daqueles autocarros que as pegas para agarrar pareciam tampas de panela no tecto. LOL
Dos anos 80 na Estefania lembro-me dalgumas zaragatas à porta das tabernas quanda já tava tudo bebado, e de toda a gente especada nas montras das lojas de televisões a ver futebol ou a virem para a rua ver o acidente, cada vez que havia um. Dentro do autocarro lembro-me de pouco, apenas dos bancos de napa castanha (nos 1300), as molduras dos vidros castanhas tambem, e dum motorista meu conhecido da época, já velho, o Sr. Augusto muito conhecido lá na zona. Nessa altura não andava muito de autocarro era mais de electrico.
Hoje a população da zona já não tem nada a ver. A maioria dos velhos ou morreu, ou foi para lares ou para a terra. Muitos dos mais novos mudaram-se porque alguns prédios foram demolidos, outros estão à quase 20 anos à espera de demolição, infelizmente. É pena é que a maioria se tenha mudado de vez para a periferia e tenha perdido de vez as raízes com a Estefania.
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