Agosto já lá vai e o primeiro dia de Setembro, trouxe a confusão de volta ao centro da cidade. O que se fazia em 3 minutos passou a ser feito em 8 ou mais, porque muitos já regressaram ao trabalho, o que fez aumentar o trânsito para os lados da P.Comércio. Logo pela manhã e ainda a aguardar a rendição, no Cais do Sodré, um rapaz pergunta-me o porque do passe durar 30 dias se o mês tinha 31. Lá lhe tentei explicar, mas rapidamente vi que ele falava só para protestar (e mal), porque a cada resposta minha, dizia «mas o mês tem 31 dias, não se compreende...»
Ultrapassado esse momento, lá veio a má disposição de quem parecia estar revoltado por ter voltado ao trabalho. "Mas que culpa tenho eu disso?" A pergunta fica no ar...
Já da parte da tarde e depois da pausa para almoço, aparece na paragem da João XXI, uma senhora que já a conheço só pelo cheiro e pela sua arrogância. Perdoem-me os leitores mais sensíveis, mas é daqueles passageiros que nos fazem querer ver a sua paragem de destino o mais rapidamente possível.
Recordo-me da primeira vez que a transportei (na 745), onde entrou e perguntou: «Passa no C.Grande?», e recordo-me ter respondido na altura que apenas passaria no Jardim e não no interface. Mas na altura foi tão arrogante comigo que ficou logo apresentada e sempre que entra pergunta o mesmo, embora já saiba que passa lá.
Hoje vi-a na paragem e pensei: "Lá vem ela perguntar se passa no C.Grande...", mas antes que perguntasse disse eu: «Então vamos até ao C.Grande não é verdade?...» Surpreendida, pergunta: «É pois, mas como é que sabe? É que eu vim no 22 e vi que estava enganada, pois costumo ir no 745». Pronto cheguei rapidamente a uma conclusão: Péssima ideia ter dito que ia para o C.Grande. Mais valia ter esperado ela perguntar e sentar-se. Pois assim ficou em pé junto á cadeira da frente a contar o que tinha feito toda a tarde.
«Sabe vim agora do restaurante do antigo jogador do Benfica, vou lá todas as tardes descascar batatas, porque cozinhar, não cozinho. É a minha filha q trabalha lá...» E para não ser directo, até porque já nem estava a ouvir o que me dizia, tal não era o cheiro que transportava consigo. "Faz bem, mas não acha que era melhor sentar-se lá atrás, para não correr o risco de cair... É que posso ter de travar de repente e cair", mas ela estava firme e dizia «estou bem segura, não se preocupe...» Oh nãooooooo!!!!!!!!
Lá cheguei ao C.Grande já depois de muito ouvir o que já não estava a ouvir e de cheirar o que já não cheirava. Já estava anestesiado ao ponto de chegar a casa e ter de lavar bem a cara e o nariz para libertar aquele cheiro que para dar um certo realismo ao texto, era um cheiro a mijo retardado. Algo que por muito que tente não consigo compreender nem suportar. A ÁGUA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM!!!!
A sorte nestas alturas é quando entra alguém com um perfume agradável que vai sanando o ambiente do autocarro, onde já nem os extractores actuam, ao estilo de uma saga qualquer de um filme numa sala perto de si. Não é o "tirem-me deste filme", mas poderia ser bem o «Tirem-me deste cheiro...»
Boas viagens
4 comentários:
ah ah, tive na 106 mas por acaso, para admirar não me calhou nenhum aroma mais repugnante, fica bem.
tenho notado uma voltar dos cheiros antigos nos autocarros. a vida está difícil mas água não é cara, mesmo que não se tome banho todos os dias, pode-se sempre passar por água. Mas o problema é mais grave, revelando a nossa falta de capacidade, como povo, de procurarmos, colectivamente, melhorarmos. Isto é que é muito grave.
Os jovens de hoje cada vez estão mais BURROS os velhos andam atrasados 40 anos os mais novos pelo que se vê levam 40+20 devias perguntar-lhe se o patrâo dele lhe pagava 31 dias durante um ano e já agora deixo aqui uma sugestão na venda do passe ou de tarifa de bordo as empresas oferecerem como se faz na TAP ou nos restaurantes uns toalhetes para higiene pessoal.Abraço,Roger
O problema aqui não é falta de água mas sim, ter cuidado coma higiene e sobretudo preguiça! Só o facto de saber que essa senhora descasca batatas num restaurante, acho que é melhor nem saber ao certo qual é.
Há algum tempo que não apanho com cheiros... geralmente destaca-se o inverno quando os autocarros vão sardinha em lata. Na 47 não tenho notado isso, a 729 de vez em quando lá aparece algo desde um rapaz maluco que se mete a falar alto e cospe para o chão, mete-se com as raparigas ao velhote que cheira sempre mal e que ninguém pode com o fedor.
Sinceramente há pessoas que não têm nariz, ou então esqueceram-se dele como se esquecem do passe.
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