Há anos que andam pendurados e se muitos é apenas para uma boleia na ajuda a vencer a subida, outros há que o fazem por divertimento ou rotina. A sós ou acompanhados os penduras, são na maioria miúdos que chegam mesmo a faltar às aulas para "surfar" as colinas de Lisboa em cima do estribo do eléctrico, agarrados a uma porta ou às janelas tentando sempre escapara ao olhar mais atento do guarda-freio, ou à inesperada aparição da autoridade.
Há quem vá para a escola ou até para o trabalho à boleia da pendura do eléctrico, e se os putos levam as mochilas às costas, hoje vi um "pendura" que no eléctrico da frente não só ia descontraído a caminho do trabalho, ou até mesmo já pronto a fazer qualquer entrega, que com seu engenho, e visto ao longe me fez pensar que o eléctrico tinha alguma deformação na sua retaguarda ou talvez uma publicidade inovadora a três dimensões. Mas afinal o que eu tinha avistado era mesmo real e não era defeito do eléctrico nem tão pouco inovação publicitária. Era engenho do "pendura" que decidiu levar bagagem, mas sem correr o risco de a perder pelo caminho.
Uma mochila com imane, talvez mais indicada para usar nas motas, agarrada à traseira do eléctrico, acabaria por chamar a atenção dos turistas pelas paragens em que o eléctrico ia passando. Afinal de contas esta era uma forma de entrega por estafetas, talvez nunca vista na Europa, dando provas que por cá tudo é possível. De Algés à Infante Santo este pendura já graúdo, provou ser "extremamente diferente".
3 comentários:
A sorte dele é já não haver cobradores...porque o alicate funcionava bem naqueles dedinhos!
tambem nao exageremos, o meu pai ainda se lembra de andar assim de electrico porque nao havia dinheiro parra o bilhete
Já me aconteceu há uns tempos ter de ir "à pendura", mas tinha passe e era o último 15E que ia a abarrotar...
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