A manhã estava fresca e como tal optei por levar a tradicional farda (camisa azul + calça azul e gravata), ao invés do Pólo. Saio de casa e atravesso a Praça Paiva Couceiro em direcção à Praça do Chile. No meio da praça já alguns madrugadores - não era muito cedo, mas eu se tivesse no lugar deles aproveitava era para saborear um pouco mais do meu vale de lençóis - se juntavam para a jogatana de cartas.
Num banco estava uma avó atenta ao seu neto (5 anos +/-) que brincava com um ramo da árvore na mão. O miúdo estava radiante (pois ainda não devia ter começado a creche...), mas quando me viu seguiu-me atentamente e vi logo que trazia água no bico aquele olhar que não deixou de brilhar.
Disfarço que o via a olhar e vejo-o a largar o ramo. Olho para o relógio e via que estava na altura de tomar o peq.almoço para estar a horas na rendição (Areeiro). Quando me preparo para atravessar a rua para abandonar o jardim. Ouço uma voz miúda a chamar por mim no tom meio enrolado...
«Senhoreeeee, óh políciaaaaa não te vás embora! Quero dar-te um aperto de mão.... senhoreeeee» Olhei inevitavelmente para trás. Não é que fosse polícia, mas talvez por estar de azul me tenha confundido.
Apertei-lhe a mão e disse-lhe para se portar bem e para ir para perto da avó ao que me respondeu: «Também senhoreee polícia, eu poto bem...» E lá voltou ele contente da vida por me ter cumprimentado.
Ora digam lá... há melhor maneira para se começar um dia?? :)
Foto: PSP.PT
1 comentário:
Um abraço pelas histórias. Do motorista dos autocarros da MAdeira
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