Inesperada ou inconveniente. O remetente era uma agência de viagens já o destinatário era muito provavelmente a senhora que entrou na Rua de São Domingos, na Lapa e com destino à Rua da Alfândega, com uma mão cheia de cartas, que mais parecia o carteiro da minha rua, que agora aprendeu a tocar todos os dias na minha campainha, mesmo não tendo correspondência para me entregar.
Durante a viagem o som do rasgar do papel, ia sendo intervalado com o olhar atento e por vezes desagradado da senhora ao ler o que vinha no interior de cada uma, dando a ideia de estar a ver alguma conta da luz, água, ou gás ou porque não do telefone...
Mas viajar, qualquer um gosta, e das duas, uma: ou a carta apresentava também ela, uma conta por pagar ou então era publicidade enganosa. O certo é que chegados ao terminal da R. Alfândega uma das passageiras alertou-me que ali tinha ficado uma carta. Como não estava à espera que alguém me escrevesse, muito menos para o eléctrico, calculei logo que fosse da senhora que tinha entrado na Lapa e tentei ver para onde tinha ido, mas já sem êxito.
A carta estava ainda fechada e assim ficou. Entreguei-a na expedição da estação quando recolhi, mas dispensei o tradicional apregoado "é o correio!", e o mais provável é esta carta "viajar" de novo até aos correios e posteriormente para a morada da senhora.
Depois de uma prótese dentária (ver aqui) esquecida no autocarro que deixou muita gente sem palavras, hoje foi uma carta esquecida no eléctrico, que deixou alguém a falar para o boneco, a menos que a senhora ainda não se tenha apercebido que perdeu aquela carta.
1 comentário:
Vá Rafael, deixa-te de coisas...
Quem é a menina desta vez? Quem foi a moça que te deixou a cartinha a declarar-se?
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