terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nem as «estrelas» ficam indiferentes...

Muitos são os passageiros que entram e saem pelas portas dos autocarros e eléctricos da Carris. Há estudantes, professores, advogados, engenheiros, actores, médicos, presidentes, deputados, músicos, etc... mas em 98 por cento dos casos, não sabemos quem são. A nós tripulantes, cabe-nos transportá-los entre dois pontos e por isso são todos inseridos no leque de passageiros. 

A forma como nos cumprimentam ou não, a forma como se vestem, a atitude que têm durante a viagem, dá para quem como eu, que sou observador, fazer uma análise e uma previsão do que fazem no dia-a-dia. Contudo, há aqueles que dispensam apresentações. Ou porque nos "entram" também diariamente pela televisão ou porque nos "acompanham" no carro entre casa e o trabalho enquanto ouvimos rádio. 

Que me lembre, enquanto motorista transportei algumas actrizes e advogados conhecidos, quer seja pelas novelas ou pelos processos mais mediáticos. E pela porta do eléctrico já  entrou um conhecido jornalista de economia da SIC Notícias. Mas de todos o que parece ter-se rendido ao eléctrico foi o simpático e músico João Pedro Pais, que não entrou no meu eléctrico, mas no do meu colega Nogueira, depois de delicadamente ter pedido autorização para ver o interior do eléctrico, enquanto este aguardava o horário de partida na Estrela. 

«É que há muitos anos que não entro num eléctrico», dizia o João Pedro Pais já depois de dizer que já tinha entrado mais que uma vez no eléctrico quando era criança, e até fez lembrar uma das suas letras com o mesmo nome. O guarda-freio do eléctrico já depois de ceder a entrada do João, ainda lançou o repto para que este cantasse, mas o que o João Pedro Pais queria mesmo, era recordar os tempos em que «era criança e cheguei aqui entrei no eléctrico e pus-me a mexer aqui nos comandos e o eléctrico mexeu-se! O seu colega na altura ficou todo danado e com razão.(pausa) E o chão esta igualzinho! Não mudou nada... que espectáculo...», dizia Pedro Pais ainda antes de agradecer ao Nogueira aquele momento em que recordou velhos tempos.

Na verdade foi um momento inesperado que não deixa de ser banal, mas que poderia ser mediático, caso por ali estivesse alguma imprensa cor-de-rosa, que aproveitaria já esta quarta-feira para por nas páginas a entrada do músico no eléctrico da carreira 28E. Mas por lá, estava só o guarda-freio do eléctrico 28E, que ainda tentou ouvir uma musica do João, mas sem êxito (risos) e eu que aguardava a chegada do meu eléctrico para render.

Ao João Pedro Pais, aproveito apenas para dizer que apresentou-se tão natural e simples que apesar de não se ter rendido ao eléctrico, deixou-nos também a nós rendidos à sua simpatia.

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